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Desde a 1ª hora que disse que este blog não iria só falar de xadrez.
Sei relativamente bem os problemas da classe porque cá em casa há uma professora ( Educadora de Infância ), e as razões porque os professores discordam da Ministra.
Até há pouco, quando sonhávamos com a saída de umas massas que nos permitissem não trabalhar, ela dizia que continuaria na Escola porque gostava do ambiente o dos miúdos.
Quantas vezes chegava a casa e contava uma peripécia dum "puto" de 3 ou 4 anos...
Por ela passaram milhares de pequenitos que hoje são adolescentes e jovens. Alguns já têm filhos e andam no mesmo Jardim de Infância onde os seus pais andaram.
Durante anos e anos nunca lhe custou ir para a escola para o pé dos "seus pequenitos".
Agora custa, e de que maneira! Parece que se dirige para o cadafalso !
Passa a vida a preencher papéis, fichas e mais fichas, festas e festinhas, teatros e teatrinhos... tudo obras de fachada e que apenas contabilizam no "reino do faz-de-conta" !
O ensino na pré-infância passou a ser a utilização quase sem descanso do computador.
O que fez durante 30 anos; o carinho pelas crianças, as pinturas, os recortes, a boa educação , os valores, e a disciplina transmitida deixou de interessar.
Não são obras para "inglês ver". São feitas dentro das salas de aulas ...
Por isso, no dia 3 vai fazer greve. Não porque siga algum partido politico, mas porque os "seus meninos" têm de continuar a ter direito a um ensino de qualidade, independentemente de serem filhos de pais ricos ou pobres.
Não é por ser escola pública que tem menos condições.
Há anos que os pais têm colaborado com material (que o Estado não fornece! ) que permitiu equipar as salas do Jardim de infância com TV, aparelhagem, câmara de filmar.
Ah... pertence ao ensino público, e não precisou de modelo de avaliação Chileno (o que este Governo pretende impôr aos professores) para praticar um ensino qualificado, nem o "Magalhães" alguma vez lá entrou.Desde a 1ª hora que disse que este blog não iria só falar de xadrez.
Sei relativamente bem os problemas da classe porque cá em casa há uma professora ( Educadora de Infância ), e as razões porque os professores discordam da Ministra.
Até há pouco, quando sonhávamos com a saída de umas massas que nos permitissem não trabalhar, ela dizia que continuaria na Escola porque gostava do ambiente o dos miúdos.
Quantas vezes chegava a casa e contava uma peripécia dum "puto" de 3 ou 4 anos...
Por ela passaram milhares de pequenitos que hoje são adolescentes e jovens. Alguns já têm filhos e andam no mesmo Jardim de Infância onde os seus pais andaram.
Durante anos e anos nunca lhe custou ir para a escola para o pé dos "seus pequenitos".
Agora custa, e de que maneira! Parece que se dirige para o cadafalso !
Passa a vida a preencher papéis, fichas e mais fichas, festas e festinhas, teatros e teatrinhos... tudo obras de fachada e que apenas contabilizam no "reino do faz-de-conta" !
O ensino na pré-infância passou a ser a utilização quase sem descanso do computador.
O que fez durante 30 anos; o carinho pelas crianças, as pinturas, os recortes, a boa educação , os valores, e a disciplina transmitida deixou de interessar.
Não são obras para "inglês ver". São feitas dentro das salas de aulas ...
Por isso, no dia 3 vai fazer greve. Não porque siga algum partido politico, mas porque os "seus meninos" têm de continuar a ter direito a um ensino de qualidade, independentemente de serem filhos de pais ricos ou pobres.
Não é por ser escola pública que tem menos condições.
Há anos que os pais têm colaborado com material (que o Estado não fornece! ) que permitiu equipar as salas do Jardim de infância com TV, aparelhagem, câmara de filmar.
Este artigo que encontrei na Internet e que abaixo reproduzo é dedicado a todos os xadrezistas -professores que conheço pessoalmente, ou que sei que exercem dignamente esta bela profissão que querem destruir.
ao Arlindo Vieira, José Cavadas, João Roma, Jorge Bastos, Atalaia, Paulo Fanha, Eduardo Reis, e a todos os outros que não conheço...
"O Natal que eu quero", por Daniel Sampaio
(mais uma opinião sobre professores)
Ninguém me pediu opinião, eu sei.
Na escola é costume não ligar muito ao que pensam os alunos. Mas eu gramo a escola, gosto dos meus amigos e há uma data de professores que até são fixes.Ando no 8.º, tenho bué de disciplinas, algumas não dá para entender. Estudo acompanhado para um gajo de 14 anos? Formação Cívica? Não percebo bem, é uma coisa de 90 minutos por semana em que o stôr, que é o director de turma (nós dizemos DT), está sempre a mandar vir, a dizer para nos portarmos bem. Da Matemática não me apetece falar, o stôr tem pouca pachorra para tirar dúvidas. História é um bocado seca e percebo mal o livro, faço confusão porque não contam a vida dos reis como o meu avô me explicava, por isso estudo para os testes e depois esqueço tudo.Não, não pensem que venho aqui criticar a escola, já disse que gosto de lá andar. O problema é que aquilo anda mesmo esquisito, podem crer. Já o ano passado os stôres andavam às turras com a ministra e apareciam nas aulas chateados, um gajo mandava uma boca e levava logo um sermão, às vezes diziam mesmo para nos queixarmos à ministra, como se chibar fosse coisa que desse jeito. Mas este ano está bem pior: falamos com os professores nos intervalos, "olá, stôr!" e eles andam mesmo tristes, a minha stôra de Inglês, que eu curto bué, diz que está "desmotivada" e que está farta de grelhas de avaliação e de pensar em objectivos. Eu de grelhas não percebo nada e, quanto aos objectivos, os meus são divertir-me uma beca e passar o ano, não quero mesmo ficar para trás porque os meus pais dão-me nas orelhas e fico sem os meus amigos, que é uma das coisas porreiras que a escola tem.Por isso peço a todos que se entendam. Ver os professores aos berros na rua é uma coisa que eu compreendo, têm todo o direito porque nós às vezes também andamos, o problema é que assim ainda há menos gente a preocupar-se connosco. Os nossos pais não têm tempo, andam sempre a trabalhar e ficam descansados porque estamos na escola a aprender e a lutar pelo nosso futuro, mas agora a coisa está preta, os nossos stôres estão cansados, o que é mau para nós: quem nos ajuda quando estamos aflitos? Eu sempre contei com um ou dois dos meus stôres, o ano passado quando me achava um monstro (cheio de borbulhas e a sentir que as miúdas não olhavam para mim) foi a stôra de Português que me chamou no fim da aula e conversou comigo, bastou ela ouvir com atenção e dizer que compreendia o que eu sentia para me sentir muito melhor. E quando o Tavares disse que se ia matar porque a rapariga com quem andava foi vista a curtir com um gajo qualquer, foi o nosso DT que falou com ele e lhe arranjou uma consulta no psicólogo.Não percebo nada da guerra dos professores, só sei que deve ser justa porque eles esforçam-se muito, já pensaram no que é aturar a malta, sobretudo alguns que só querem fazer porcaria, põem-se aos berros nas aulas e não obedecem, às vezes até palavrões dizem para os stôres? Muitos de nós querem aprender, mas o barulho é grande e há muita confusão, há lá gajos, repetentes e isso, que só lá estão porque são obrigados, depois há outros que são de fora e não percebem bem português, outros ainda têm problemas em casa e passam mal, a Vanessa que tem um pai alcoólico e que chora quase todos os dias ainda por cima foi empurrada na aula por um colega que só lá está a armar confusão... o DT disse que nós devíamos ser responsáveis e que tínhamos de acabar com isso, mas eu acho que a ministra devia era dar força aos professores para serem melhores, o meu pai diz que ela às vezes está certa mas eu não concordo, se vejo todos, mesmo todos os stôres da minha escola contra ela devem ter razão, os professores às vezes erram mas são importantes para nós, precisamos de estudar para ver se nos livramos do desemprego, isso é que é verdade!Por isso espalhem este mail, façam forward para quem quiserem. Digam aos que mandam para terminarem com as discussões que já estamos fartos e como na minha escola somos todos contra isso dos ovos (uma estupidez), digam à ministra e aos sindicatos que já chega! Façam uma escola melhor, ajudem os professores a resolver todos os problemas das aulas (ninguém pode fazer isso em vez dos stôres) e arranjem maneira de nós aprendermos mais, para ver se percebemos melhor o mundo e nos safamos, o que está a ser difícil.
Quem quiser dê opinião, o meu mail é brunovanderley@gmail.com, sou do 8.º E da Escola Básica 2/3 do Lá Vai Um.
Daniel Sampaio. "O Natal que eu quero". Público (revista "Pública"), 30.Novembro.2008.
Leia também este interessante artigo AQUI, e a extraordinária fotomontagem.
(SÓCRATES E A LIBERDADE, por António Barreto in “Publico”, 30/11/2008)
(SÓCRATES E A LIBERDADE, por António Barreto in “Publico”, 30/11/2008)
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